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domingo, 21 de março de 2004

A minha rosa



Rosa bela de pétalas de lava.
Suavidade de algodão
aroma de saudade.
Figura de carinho e paixão.

Uma gota de orvalho
brilhante e gélida,
escorre pelo teu corpo
e cai no chão com clamor.

Porque orvalho não é,
senão lágrima da minha alma.
De felicidade e não tristeza,
alegria e não angústia.

Pois foste, és e serás,
a mais bela flor de um jardim
de amor alimentado
e afectos semeado.

quinta-feira, 18 de março de 2004

Olho em volta.
Sinto um vazio.
Mas não me rodeia,
está em mim.

À deriva neste mar.
Barco sem âncora
ao sabor de uma maré
que me leva e esquece.

E esquecido permaneço,
assim me deixo ficar.
Porque lá longe estou só,
e solitário desapareço.

Isolado no meio da multidão
choro as alegrias de uma tristeza.
Deixo-me arrebatar pelo sentimento.
Um sentir de dor toldado.

sexta-feira, 12 de março de 2004

Amazing Grace

"Amazing grace! How sweet the sound
That saved a wretch like me.
I once was lost, but now am found,
Was blind, but now I see.

'Twas grace that taught my heart to fear,
And grace my fears relieved.
How precious did that grace appear
The hour I first believed.

Through many dangers, toils and snares
I have already come;
'Tis grace hath brought me safe thus far
And grace will lead me home.

The Lord has promised good to me
His word my hope secures;
He will my shield and portion be,
As long as life endures.

Yea, when this flesh and heart shall fail,
and mortal life shall cease,
I shall possess within the veil,
A life of joy and peace.

When we've been there ten thousand years
Bright shining as the sun,
We've no less days to sing God's praise
Than when we've first begun".

John Newton 1725-1807

quinta-feira, 4 de março de 2004

Recusa

Disse não!
A pergunta veio.
Escutei, compreendi o sentido.
Mas disse não!
Encontrei uma justificação,
o porquê de tal recusa.
Talvez uma desculpa apenas
para justificar a razão,
de um coração que não quis.

Arrependi-me? Não.
Fiz o que não devia.
Ignorando o discernimento
apoiei-me no sentimento.
Mas arrependido? Não estou!
Recusei, menti,
disse o que sentia
envolto num emaranhado de pensamentos.
Mas disse não! E não me arrependo!

quarta-feira, 3 de março de 2004

Meu Alentejo

“(...) Ceifeira que andas à calma,
à calma ceifando o trigo,
ceifa as penas da minh’alma.
Ceifa-as e leva-as contigo.

Abalei do Alentejo,
olhei para trás chorando.
Alentejo da minh’alma
Longe me vais ficando.”