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segunda-feira, 26 de junho de 2006

Arghhhhhh

Pois é, as laranjas até nem estavam muito boas.

Eram azedas como um raio, mas lá fiz um esforço. Mastiguei e mastiguei e mastiguei, apertou-se-me o peito, engelhei o nariz, arranquei cabelos, mudei as pilhas do pace-maker 3 vezes mas acabei por as engolir.

Para a semana o melhor é ficar-me por um chá... inglês.

domingo, 25 de junho de 2006

Fruta fora de época


Hoje comprei umas laranjas com muito bom aspecto. São do mesmo vendedor que me vendeu umas iguais no Verão de 2004 mas, segundo ele, são de um produtor diferente.

Como nisto da fruta nem sempre a aparência é o mais importante, ainda por cima fora de época, até tenho receio de as comer. Não sei se serão doces ou azedas.

Vou esperar pela hora do jantar e logo descubro. Só espero não ter sido enganado pelo bom aspecto e acabar por ter que fazer uma laranjada.

quinta-feira, 15 de junho de 2006

TAU!!

A Argentina chegou ao Mundial com um excelente "background".

Fico à espera de ver os atributos Portugueses. :p

domingo, 4 de junho de 2006

Crescer

Recentemente, alguém que é muito importante para mim mas a quem magoei muito, chamou-me a atenção para o facto de me dizer algumas coisas como se eu fosse uma criança porque é a única maneira de eu as compreender. Tem toda a razão.

Em certos aspectos da minha vida sinto que não me tornei adulto, não cresci. Talvez porque, enquanto criança, tinha a liberdade de ser eu próprio, de fazer o que me dava gozo apenas por isso mesmo, porque me dava prazer fazê-lo. Se isso fosse incorrecto alguém me iria chamar a atenção, sem rodeios, sem meias palavras. E isso dava-me uma sensação de segurança, sabia que alguém me iria guiar pelo labirinto do certo e do errado.

Em certa medida sinto saudades dos meus tempos de criança. Saudades de andar de mota com o meu avô, sentado em cima do depósito de gasolina agarrando com todas as minhas forças o guiador, imaginando-me o piloto numa competição a solo. Saudades de passar os dias ao sol correndo atrás de um rebanho de ovelhas, embrenhado no pó, divertindo-me com as brincadeiras dos borregos e descansando deitado sobre uma carqueja seca, atormentado pelas formigas. Saudades daquele dia de chuva torrencial no meio do campo, sentado junto à fogueira improvisada, aterrorizado pelo enorme cão que nos acompanhava, ou dos meses de Agosto passados no Alentejo, que me faziam esquecer tudo ao ponto de, quando finalmente regressava a casa, me sentir numa terra estranha em que até mesmo o meu quarto me parecia novidade.

Sinto falta dos jogos de futebol no chão do meu quarto em que os Playmobil, devidamente escolhidos pelas cores da equipa, serviam de jogadores e alguns riscos marcados no chão com um pau de giz indicavam os limites do meu estádio dos sonhos, as loucas corridas de carros ao som de um rádio de pilhas nas tardes de domingo, ou as brincadeiras dentro do alguidar de roupa que a minha mãe engomava a meu lado.

Todas estas coisas de que tenho saudades têm como ponto comum a segurança. Em todos os momentos tive alguém que me guiava, me protegia, me acompanhava. Depois cresci e as coisas, naturalmente, mudaram. Passei a ter que assumir responsabilidades, comecei a ter que ser eu a tomar as minhas decisões, a distinguir o bem do mal, o certo do errado. E espalhei-me ao comprido.

Em criança queria ser adulto porque assim não teria quem me dissesse o que fazer, sempre a chatear. Como me enganei. Era isso que me permitia ser feliz, ter rumo. Ser adulto não é o que sonhei em criança. Ser adulto é saber ser criança nos momentos em que o podemos ser, brincar com os nossos “brinquedos”, embrenharmo-nos no pó do rebanho que nos circunda mas sem a segurança de uma criança. É saber que os nossos actos não podem ser sempre guiados por outros, que nem sempre temos uma mão que nos guia ou alguém que nos diga as coisas sem rodeios, sem meias palavras, porque a nossa segurança somos nós que a temos que criar, é isso que nos faz adultos.

Ter consciência disso é importante, mas mais importante é essa consciência ser adquirida por mim e não tenha que ser apontada por outras pessoas, mais ainda por pessoas a quem a última coisa que quero é magoar. Sou um adulto, já não sou uma criança. Como tal, vou ter que viver com os meus actos, os meus comportamentos e com as consequências que deles resultam e crescer com isso. Lamento que, para me aperceber disso, tenha afastado de mim uma das poucas mãos que me dava segurança.

Neste momento ser adulto dói muito.