Em que altura se percebe que o que sentimos por alguém é realmente verdadeiro? Um mês? Seis? Um ano?...
Passaram dois anos.
No início um sentimento de descoberta, da "novidade" de uma relação, de perceber e conhecer esta pessoa por quem sentimos algo que não sabemos muito bem descrever mas que nos faz querer saber mais.
Depois o começar a não saber o que será estar longe desta pessoa. Tudo nos fascina, mesmo as brigas, o descobrir um ou outro defeito que nos incomoda mas que não ofusca tudo o resto que nos seduz. Aos poucos, esta pessoa vai tomando conta de nós, passa a fazer parte de quem somos e quem somos então é o melhor que podemos ser.
Até ao dia em que, afinal, descobrimos que apenas nós continuamos a sentir assim e tudo parece desmoronar. Nada mais faz sentido e pergunta-mo-nos "Porquê?", "O que correu mal?". Mas nem as respostas alteram o facto de que estamos agora sozinhos. A pessoa a quem deixámos entrar no nosso mundo já não quer caminhar ao nosso lado.
E tentamos recuperar o que perdemos, não queremos que acabe. Não pode acabar, porque sentimos aquele amor forte de antes, todos os dias continuam a ser de descoberta, de fascínio. Mas apenas para nós. E vimos a pessoa que queremos a nosso lado partilhar agora com outra pessoa o amor que um dia foi nosso. E o mundo escurece.
Na escuridão, vagueamos perdidos, guiados apenas pela luz daquele amor que nos acompanha. Fazemos ajustes, tentamos guardar dentro de nós o que sentimos mesmo quando tudo o que queremos é gritar bem alto, partilhamos em segredo o nosso amor, as nossas esperanças, com aquela pessoa que não conseguimos esquecer. E esse amor passa a ser acompanhado pela amizade, que o ofusca, pois agora o amor já não tem lugar.
E um dia, esta que agora se tornou uma grande amiga, já não caminha acompanhada. E tudo em nós volta a ser esperança, sonho. Agora, o amor volta a estar na linha da frente mas... é diferente, já não é dono e senhor dos sentimentos. Agora, está acompanhado pela amizade que foi crescendo, a amizade que se envergonhou perante o amor que tudo comandou no início. O amor que, muitas vezes cego, não tomou as melhores decisões e foi demais. Agora acompanhado por uma amizade forte, sem receios ou pudor, este amor tornou-se mais... real.
Passaram dois anos.
Passaram 24 meses de momentos de desespero, lágrimas, tristeza e solidão, mas também de momentos de alegria, descoberta, surpresa, de erros cometidos, de aprendizagem, de novas descobertas. Dois anos em que a cada dia tive mais certeza de quem quero a meu lado, de quem quero fazer feliz. A pessoa que vou amar para sempre, por quem espero e vou esperar sempre.
Amo-te. Sou teu se me quiseres.