origem

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Banco de Jardim

Neste banco de jardim, que de hábito se fez meu, o tempo parece suspender-se envolto num momento de intimidade solitária. Mas não estou só. Acompanha-me o mesmo chilrear familiar de todos os dias, e sinto-me abençoado.

O sol aquece-me o corpo porque a alma, essa, é aquecida pelo pequeno espaço que me envolve, com os seus sons, cheiros, cores. E esqueço-me do mundo, enredando-me cada vez mais fundo neste meu universo interior que se desenrola em 90 minutos.

Neste tempo sou EU. E sou perfeito. Sem mácula, sem erro, sem defeito. Sou apenas mais uma pincelada no labiríntico irradiar de tantas mais que compõem este pequeno quadro. Não sou importante, não sou escusado… sou apenas parte. E sinto-me afortunado por o ser.

E assim me esqueço do mundo, das desilusões... da solidão. Assim me faço relevante no meio da indiferença. Assim me sinto alguém.

E durante 90 minutos por dia sou feliz.

Sem comentários: