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terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Oh chefe, faltam-me rodas!

Iniciei há coisa de duas semanas as aulas práticas de mota. Não tendo qualquer experiência anterior com “bichos” destes (tirando uma tentativa frustrada com uma Famel que me valeu um encontro imediato com uma bela duma parede) o sentimento inicial era de receio.

Enquanto ouvia as explicações do instrutor dei comigo a imaginar tudo o que poderia correr mal logo na primeira tentativa e a sondar o asfalto em busca de um lugar onde o alcatrão desse ares de ser mais molinho podendo assim aconchegar a queda que se anunciava.

A coisa lá se deu e até nem correu mal. Contra as minhas expectativas consegui arrancar – ainda que a medo – e manter-me em andamento. Foram duas horas de pura adrenalina para quem, de motas, sabia o que era ser (mau) pendura. Ainda assim consegui fazer o meu “estacionamento horizontal” mesmo no meio da estrada. Devo ter cansado a coitada, porque ela simplesmente decidiu deitar-se para descansar. Foi abrir as pernas e deixá-la aninhar-se no alcatrão a retemperar forças.

À segunda aula lá me aventurei um pouco mais, convencido de que já ia percebendo daquilo. Deves! Ela encarregou-se de me chamar à razão logo aos primeiros exageros, assim do tipo: “não te estiques que vais varrer o alcatrão que é uma beleza”. E eu aceitei, até porque ela tem mais experiência nestas coisas do que eu. Mas acabei a aula todo orgulhoso de ter conseguido meter uma 4ª e ter atingido a vertiginosa velocidade de 40 km/h!

Na próxima aula, “the open road”. Finalmente vou enfrentar a estrada acompanhado por todos os que nela circulam. E os receios que se iam esbatendo com as horas de aulas voltam a surgir a cada novidade. Foi assim com o engrenar da 2ª pela primeira vez, com a primeira tentativa de fazer ponto de embraiagem, vai ser assim com a primeira viagem em estrada.

Em breve os maiores receios: os primeiros oitos e… a 600. Mais peso, mais potência, menos capacidade física para emendar os erros.

Mas, aconteça o que acontecer, todas as aulas são uma delícia, mesmo nos erros. Porque a cada metro que percorro aprendo e dou mais um passo para poder um dia apreciar por completo uma viagem de mota.

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