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segunda-feira, 30 de março de 2009

Certezas

Coisa engraçada as certezas. Enquanto vivemos na dúvida de algo existe sempre aquele ponto de interrogação que nos permite conjecturar sobre as várias possibilidades para um determinado desfecho. Há interrogações que lutamos por apagar, com a vontade férrea de conseguir uma certeza e há interrogações que teimam em se apagar a si próprias e pelas quais lutamos para podermos manter uma réstia de esperança num desenlace diferente.

Depois de a certeza se instalar nada mais há a fazer senão enfrentar a realidade. A isso não podemos fugir por muito que queiramos que assim não seja. As certezas enchem-nos a alma porque nos garantem que são para ficar e não se irão alterar. Mas então porque é que certas certezas nos doem tanto cá dentro? Porque razão ter a certeza absoluta se pode tornar tão doloroso como viver num mar de dúvidas?

Gosto das incertezas, dão-me o conforto do desconhecido, da surpresa. Talvez por isso as minhas certezas na vida sejam escassas. Porque na incerteza cresce a esperança, o poder ser diferente ainda que tudo pareça decidido. Agarro-me a isso, à esperança contida na incerteza que me inunda o desejo. Na certeza de que tudo pode ser diferente, um futuro incerto baseado na certeza dos sentimentos mais profundos que me acompanham dia a dia.

Resumo a vida à incerteza da certeza de um amor para a vida. Mesmo que a única certeza seja essa, a certeza do que sinto. Tudo o resto são incertezas que me alimentam a esperança.

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