origem

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Borlas!

Se há coisa que nunca consegui compreender é a tendência do típico tuga para açambarcar tudo o que seja oferecido. Sejam promoções nos hipermercados (conheço quem coma iogurtes de que não gosta só porque estavam em promoção), sejam os jornais gratuitos distribuídos pela cidade.

Fui-me habituando a ver o pessoal sair a correr do barco na esperança de apanhar o próximo autocarro para onde quer que se dirijam e sempre achei que aquelas pessoas eram verdadeiros mártires por conseguir fazer a vida a correr de transporte para transporte. Eu nunca o consegui fazer e prefiro perder alguns minutos de sono para poder, com tempo, arrastar-me até ao emprego.

Mas esta minha admiração por estes pobres apressados desvanece-se a cada manhã. Não é fácil manter este sentimento quando, eu que sou geralmente o último a sair do barco (assim do tipo capitão é o último a abandonar o navio) me deparo com essas mesmas pessoas - que ainda vamos a meio do Tejo já se acotovelam à porta - numa batalha que faz lembrar as lutas de galos, em busca do jornal à borla. Pior ainda se, com o jornal, um desgraçado tem uma caixa com ofertas! É que nem interessa o que é. Se é à borla leva-se já uma mão cheia. Mesmo que sejam apenas descontos para um detergente e que afinal nem interessam e acabam no chão do metro.

Mas nem é preciso o jornal trazer “brinde” nessa manhã. Há sempre aqueles que correm as “capelinhas” todas e levam, pelo menos, um exemplar de cada jornal, mesmo que todos digam o mesmo. Mais, um qualquer incauto que, como eu, se limite a ler as primeiras páginas de um jornal recebido já depois da confusão corre o risco de ver correr na sua direcção uma qualquer senhora, com uma resma de exemplares debaixo do braço, completamente esbaforida e de braço esticado no intuito de nos tirar o nosso!

É de meter medo. Muito medo!

Sem comentários: