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sábado, 16 de fevereiro de 2008

Quase lá

Depois de quase 4 meses estou prestes a chegar ao fim da linha. Uma viagem que se iniciou numa manhã de Novembro de 2007 e que, devido a (muitos) imprevistos, se foi prolongando no tempo. Assim vi os planeados 2 meses duplicarem para 4.

Também por isso, estou quase a chegar ao exame final sem dar por isso. Apercebi-me hoje que entrei na rotina. Sábado de manhã é já habitual o sentimento de dobrar a última curva antes da escola e reencontrar a “minha” mota aguardando pelo passeio semanal. A mesma que no início me aterrorizava é agora uma companheira cada vez mais íntima, uma melhor amiga que espero uma semana inteira por rever.

Mas hoje fiz os primeiros oitos com a 600 e pela primeira vez senti-me verdadeiramente preocupado. Pela primeira vez senti que estou a tirar a carta. Por mais que lesse e ouvisse falar dos oitos, a minha experiência até aqui deixava-me confiante que tudo estava a correr bem e, por isso, também esta última etapa seria ultrapassada. As primeiras tentativas com os oitos com a 125 vieram reforçar ainda mais este sentimento até porque era para a direita que os fazia melhor, estava garantido.

A manhã de hoje veio deitar por terra toda esta confiança. O domínio da mota, pelo menos para quem se estreou apenas na escola de condução, não causa problemas de maior e até os arranques que no início me causaram alguns sustos e problemas estão agora controlados. Foi com este espírito que hoje iniciei a aula.

Mas logo nas primeiras tentativas percebi que não iria ser tão simples como imaginava. Para a esquerda tudo perfeito, sem problemas. Para a direita… o descalabro. Por mais que tentasse não me saía como devia, o pé ia sempre ao chão, nem que fosse apenas por um segundo. Não conseguia acertar com a velocidade, não conseguia manter o equilíbrio. E senti, literalmente, a confiança a desaparecer e a frustração a instalar-se.

Por mais de uma vez acabei a sair disparado estrada fora com vontade de só parar na escola e esquecer este dia. Mas voltava sempre ao local do crime para mais uma e outra e outra tentativa. Por vezes lá acabava por conseguir, o que me dava algum alento. Mas tenho que admitir que foi com alívio que terminei a aula e regressei à estrada.

Agora, que estou na recta final, tenho medo de não conseguir ultrapassar o último obstáculo. A próxima aula vai ser uma das mais importantes. Se conseguir acertar com os oitos sentir-me-ei confiante o suficiente para encarar o exame sem problemas. Se não o conseguir fazer… Março vai ser um mês muito sofrido.

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