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sexta-feira, 10 de julho de 2009

Dentro de mim

Tenho um sentimento de perda, como se me arrancassem do peito a luz da vida. Sinto que me roubaram o sonho com a dureza da realidade, um golpe seco que fez desmoronar o que mais desejo na vida. Sinto que a vida não tem sentido. Não sem o sonho e a possibilidade de se vir a tornar real, mesmo que bem no fundo sempre tenha tido essa certeza.

Mas a cada dia cresce também um sentimento de algo forte que cresce, uma ligação diferente que se torna mais real e sincera, um companheirismo, uma confiança, uma cumplicidade que quero alimentar mais e mais e ver tornar-se adulta. Uma amizade verdadeira, das que ficam para a vida, para o que der e vier.

No meio de tudo isto, do que sinto ter perdido e me dói horrores e do que sinto crescer diariamente, não consigo varrer os cacos do sonho despedaçado. Não consigo deixar de desejar que se possam voltar a juntar e realizar-se, porque a realidade não tem necessariamente que ser independente do sonhar, porque “ninguém sabe o dia de amanhã”. Enquanto um coração bater no meu peito, e por muito despedaçado que o sonho esteja, esse dia vai estar sempre no horizonte, suportado pela dúvida do que poderia ter sido, do querer ter a oportunidade de demonstrar que seria diferente, muito diferente.

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