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quinta-feira, 2 de julho de 2009

Porquês

  • Porque não podemos simplesmente desligar os sentimentos que estragam os que deviam existir?
  • Porque se pode sentir com tanta intensidade quando o que sentimos não tem reflexo na pessoa pela qual sentimos assim?
  • Porque se pode viver com um sonho que nos é demonstrado ser impossível e mesmo assim não perder a esperança?
  • Porque não ter hipótese de mostrar que se pode fazer alguém feliz nos torna tão infelizes?
  • Porque não desistir e enfrentar a realidade de que a pessoa que é a nossa vida escolheu uma outra vida que não a nossa?
  • Porque não se consegue desistir do amor?
  • Porque dói tanto não ser amado?
  • Porquê?
Sinto-me perdido e sem respostas. Perdido de amor por quem não quer o meu amor - nem tem obrigação de o querer - mas me preenche a vida por existir. Estou perdido entre a razão e o coração, consciente do que é real mas embriagado pelo que me inunda o coração.

Tenho consciência do que tenho e do que posso ter, do que devo sentir e dos limites que devo impor aos meus sentimentos. Consciência de que basta olhar em volta para saber que a vida não é como queremos quando tudo está dependente do sentir de outra pessoa. Consciente de que ao sonhar não tenho garantias de que será diferente no futuro, de que a incerteza do que poderá ser o amanhã também poderá rumar a algo muito diferente do sonho que alimento.

Mas todos os dias carrego no peito a sensação de que este não é o fim, de que há muito mais. Verdade ou ilusão, este sentir roga-me para que não desista do sonho, para que alimente a esperança de poder um dia demonstrar que o que existe é muito mais do que amor, é amizade, carinho, querer partilhar os bons e os maus momentos, enxugar as lágrimas de tristeza e engrossar as de alegria, ser companheiro na companhia da pessoa que nos torna inteiros, ser melhor por ser alguém aos olhos do outro, por viver a vida de quem temos ao nosso lado porque a nossa será vivida na mesma medida.

Estou perdido no meio de tudo isto, desejoso do dia em que possa ser verdade, um dia do qual não posso ter certeza de que virá e que neste momento me dizem que não existe. Dói a incerteza e a realidade de hoje, apazigua a dor a certeza do sentir e o sonho do amanhã.

1 comentário:

Maria disse...

Poderia dizer muita coisa em relação a este texto…
Mas nada seria novidade para ti
Digo-te apenas: que as lágrimas que me caíram são o prova que há sentimentos que não morrem nunca….